“É possível mudar nossas vidas e a atitude daqueles que nos cercam simplesmente mudando a nós mesmos.”
Rudolf Dreikurs
QUE PERDA!
Quando recebemos uma notícia como o falecimento do seminarista José Moreira da Silva, colhido prematuramente, aos 31 anos de vida, damos conta da finitude da vida. Finitude essa que é a única grande certeza de nossas vidas, e também um dos pontos que todos nós concordamos, porém sempre nos pega de surpresa.
Já dizia Horácio, poeta lírico, satírico e filósofo latino (65 a. C. – 8 a. C.) em seu poema ode 1.11:
Não interrogues, não é lícito saber a mim ou a ti
Que fim os deuses darão, Leucônoe. Nem tentes
os cálculos babilônicos. Antes aceitar o que for,
quer muitos invernos nos conceda Júpiter, quer este último
apenas, que ora despedaça o mar Tirreno contra as pedras
vulcânicas. Sábia, decanta os vinhos, e para um breve espaço de tempo
poda a esperança longa. Enquanto conversamos terá fugido despeitada
a hora: colhe o dia, minimamente crédula no porvir.
Dirigindo-se a uma personagem feminina, Leucônoe, o poeta lhe diz que não procure adivinhar o futuro: no original em latim “carpe diem quam minimum crédula postero.” Esse o início da expressão “carpe diem” tão usada na atualidade. Talvez a pandemia, a situação em que estamos vivendo nos faz procurar viver o hoje como se fosse o último dia de nossas vidas.
Porém, como nos ensina o apóstolo Paulo: Tudo me é permitido. Mas nem tudo me convêm. Viver o hoje, não significa agir sem pensar nas consequências futuras de nossos atos. Viver o hoje sim, aproveitando as oportunidades, fazendo o bem a todos e colocando o nosso melhor em tudo que fizermos. Seja lá qual for nossa atividade, que possamos fazê-la sempre da melhor maneira.
A covid nos apresentou doenças psicológicas terríveis. A preocupação com o futuro, a ansiedade, tem afetado muitas pessoas. O conselho de Horácio: Nem tentes os cálculos babilônicos, vem bem a calhar. Não adianta perder a noite de sono e perceber, ao amanhecer, que os problemas continuam lá!
Esses acontecimentos de perdas inexplicáveis precisam despertar em nós o que temos de melhor a oferecer. Se sairmos um pouquinho melhor, enquanto comunidade, após essa perda traumática, terá valido toda a dedicação, a oração, as pregações e a amizade que José dispensou a cada um de nós! Que outros José apareçam: entrando nas ordens religiosas. Sendo excelentes “pais de família”, profissionais, enfim vivendo bem sua vocação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário