domingo, 11 de abril de 2021

Precisamos aprender mais com os animais

 

“Eu me quero do jeito que Deus me quer!”

Carlos A. Veit

 

DEVERÍAMOS APRENDER MAIS COM OS ANIMAIS



 

Há alguns anos tínhamos um canil em casa. Uma das matrizes, chamada Rebeca, era uma super mãe! Dava gosto ver como cuidava dos filhotinhos. Nasciam quatro ou mais filhotes e ela os tratava da mesma forma, com o mesmo cuidado. Quando já estavam grandinhos, no entardecer, eu fazia questão de acompanhar ela brincando com eles, os educando, como uma verdadeira mãe deve fazer com seus filhos.

Relatei tudo isso para traçar um paralelo com o caso que está comovendo o Brasil: O caso do menino Henry, que foi, segundo a polícia, covardemente agredido pelo padrasto, causando o rompimento de órgãos, o que levou a sua morte na última segunda feira. Talvez se a mãe do pequeno Henry tivesse a oportunidade de aprender um pouquinho do amor de mãe com a nossa Rebeca, ela não permitiria que isso acontecesse.

Na entrevista coletiva logo após a prisão do casal, o delegado responsável pelo caso, relatou que um dia após o enterro do filho a mãe foi a um salão de beleza, postando inclusive fotos nas redes sociais, com um semblante incompatível com o de uma mãe que acabava de perder o filho. Questionado se ela poderia ter sido coagida pelo padrasto a não revelar as agressões, o delegado foi enfático: “Não vi isso em nenhum momento. Ela teve inúmeras oportunidades de nos revelar isso. Se eu tivesse alguma dúvida de ela ter sido coagida, não teria pedido a prisão dela!”

Em uma entrevista, o pai do menino contou o diálogo que teve com o padrasto enquanto estavam no hospital, logo após a constatação da morte, quando estavam cuidando dos papéis para o enterro do corpo do menino. Teria o padrasto falado ao pai: “Vida que segue. Vamos virar logo essa página! Filho, depois você faz outro!” Revelando a personalidade doentia desse monstro capaz de agredir até a morte um menino de apenas 4 anos. Segundo o laudo do IML, a morte do menino foi por uma hemorragia interna com uma laceração do fígado causada por uma ação contundente.



Na história da humanidade, a partir da mitologia grega, tivemos Medéia (431 a.C.). Neste mito, Medéia fora casada com Jasão e tiveram filhos. Após alguns anos seu marido a trai e pede em casamento uma outra mulher, Creusa. Tomada pela raiva, Medéia jura vingança contra seu então amado, matando Creusa e seus filhos que tivera com Jasão.

A polícia teve um desempenho exemplar nesse caso e que merece nossos aplausos. Agora precisamos que a justiça puna exemplarmente todos os envolvidos. Enquanto, sociedade, precisamos mostrar toda nossa indignação! É nossa responsabilidade proteger nossas crianças.

 


sábado, 3 de abril de 2021

A CAMINHO DE DAMASCO


 

 

DANIEL GARCIA

 

 

“As grandes dores são mudas.”

Khalil Gibran

 

A CAMINHO DE DAMASCO

Saulo de Tarso estava indo para Damasco, levando consigo cartas para as sinagogas autorizando a prisão dos seguidores de Jesus, quando foi surpreendido por uma forte luz e a presença de Jesus em uma visão que o deixou cego por três dias. Nessa mesma visão, ele recebeu a ordem de encontrar Ananias que iria lhe curar.

Imagine para um homem acostumado a dar ordens, perseguir e realizar aquilo que julgava correto, passar três dias em uma total escuridão! Isso lhe causou profundas reflexões sobre ele mesmo, sua maneira de viver. O fez rever a forma como tratava as pessoas. A transformação foi de tal profundidade que o fez tornar-se Paulo, um dos mais importantes apóstolos de Jesus e um dos mais influentes escritores do cristianismo.

Esses novos tempos que estamos vivendo, nos faz muitas vezes ligar o “automático” e passamos então a realizar todas nossas atividades sem distinguir entre a realidade da existência e a realidade da vida. Focamos em coisas que nos levam pra longe da nossa verdadeira essência e nem percebemos. Afastamos de nossa família mesmo estando diariamente juntos na maior parte do tempo!

É nesse momento que a vida nos dá provações, como a queda de Saulo, para tentar deter nossa trajetória de insensatez e insensibilidade em relação as pessoas que nós amamos. Somos abatidos por uma cegueira que nos deixa encurralados em um labirinto, impulsionados a voltar para nosso interior e buscar a luz que guiará nossos olhos. Nem todos conseguem e muitos continuam sua caminhada na cegueira achando que aquela escuridão é uma nova maneira de ver as coisas.

Aqueles que conseguem, mesmo em meio às provações, reencontrar seus princípios, seus valores. E procuram aprender com as adversidades da vida. Esses realmente aprendem e passam a desfrutar as lições da existência. Nossa passagem pela vida é muito curta e nada acontece por acaso! Todos os tropeços que passamos têm algo a nos ensinar. Basta que tenhamos a reta intenção de aprender com os erros passados.

As provações são como a luz do caminho de Damasco que cegou Saulo: tem como objetivo nos frear em nossa conduta fora de rota e nos causar meditação sobre como devemos ser quando tivermos outra chance. Elas são uma escuridão que conduzem para a luz.

depois de muito tempo.....