3 de janeiro de 2012
13h16
Sílvio Guedes Crespo – O Estadão
Texto atualizado às 14h35
As principais economias do mundo terão que enfrentar dívidas de US$ 7,6 trilhões neste ano, segundo um levantamento da agência Bloomberg. Esse é o valor total dos títulos públicos dos países do G-7 e dos Brics que vencem em 2012.
O Japão aparece em primeiro da lista, com uma dívida de US$ 3 trilhões a ser paga ou rolada neste ano. Os Estados Unidos estão em segundo lugar, com US$ 2,8 trilhões.
Nesse quesito, o Brasil está melhor do que a maior parte dos países desenvolvidos e pior do que os emergentes. No total, o País tem dívidas de US$ 169 bilhões que vencem em 2012. O número equivale a 6,5% do PIB (Produto Interno Bruto) projetado para este ano pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Para pagar essa conta, os brasileiros precisariam trabalhar de graça por 16 dias, considerando um ano de 252 dias úteis. Visto de outro modo, cada um dos 100 milhões de trabalhadores ativos deveria repassar ao governo US$ 1. 690 neste ano para o País honrar esses compromissos. No entanto, não é isso o que ocorre.
Nem toda a dívida dos países é paga; parte dela é rolada, ou seja, trocada por outra dívida que vence mais para frente.
Abaixo, a tabela mostra na primeira coluna a dívida com vencimento em 2012 em cada uma das grandes economias do mundo, segundo a Bloomberg. Na segunda coluna, o PIB projetado para este ano, segundo o FMI. Os números estão em bilhões de dólares.
País Dívida * PIB **
Japão 3.000 6.126
EUA 2.783 15.495
Itália 428 2.288
França 367 2.889
Alemanha 285 3.708
Canadá 221 1.826
Brasil 169 2.617
Reino Unido 165 2.604
China 121 7.744
Índia 57 2.012
Rússia 13 2.117
TOTAL 7.609 49.426
* Com vencimento em 2012, segundo a Bloomberg
** Projeção do FMI
EUA e Japão
Pela lista acima, o Japão e os EUA poderiam parecer os países em pior situação. No entanto, eles têm uma vantagem nada desprezível: a maior parte da dívida deles está em moeda local. Na hora do aperto, esses países podem, se julgarem necessário e conveniente, imprimir dinheiro para pagar os credores. Os EUA, particularmente, podem emitir dinheiro para pagar qualquer coisa, uma vez que eles têm a moeda mundial. Tal ato não tem gerado descontrole inflacionário dentro do país, e sim uma desvalorização do dólar em relação a outras moedas.
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